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Leonardo Razuk é jornalista / atendimento@aredacao.com.br

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O general Mike Patton e seu míssil sônico

| 11.06.21 - 08:00 O general Mike Patton e seu míssil sônico (Foto: Divulgação)
Leonardo Razuk

Goiânia - 
Mike Patton é um daqueles gênios da música difíceis de serem definidos e classificados. Ele não é apenas o líder do Faith No More ou o poderoso chefão da Ipecac Recordings. Dono de uma técnica vocal apuradíssima, sua produção musical é abundante, sempre inovadora, inquieta e diversa demais para apenas um rótulo. Ele está à frente de inúmeros projetos como o Mr. Bungle, Dead Cross, Fantomas, Pepping Tom, General Patton... e em cada um deles mergulha com maestria em diferentes estilos como o funk metal, hardcore, thrash metal, grindcore vanguardista, post-rock, world music e até mesmo canções pop italianas das décadas de 50 e 60, além de criar trilhas-sonoras para filmes como Eu Sou a Lenda e O Lugar Onde Tudo Termina.

O Tomahawk é mais um das válvulas de escape para sua genialidade. Uma banda que reúne ainda o guitarrista Duane Denison (do Jesus Lizard), o baixista Trevor Dunn (parceiro de Patton também no Mr. Bungle) e o baterista John Stanier (do Helmet e do Battles – aliás, quem lembra dele no show histórico e absurdo do Battles em 2007, no Goiânia Noise Festival?). Um louco e provocador supergrupo que andava adormecido e voltou à vida após oito anos sem lançar nada – o último trabalho foi Oddfellows, de 2013.


(Foto: Divulgação)

“Imobilizado” por causa da pandemia do coronavírus, Patton resolveu dar vazão aos seus sentimentos, à sua loucura, à raiva, à ansiedade e ao sarcasmo para gravar Tonic Immobility, o novo disparo Tomahawk. Um retrato visceral do mal-estar provocado pela vida em lockdown e do caos de uma pandemia mundial (e olha que ele nem mora no Brasil para sentir na pele o que é viver tudo isso em um total desgoverno).

O álbum traz todos os elementos que sempre provocaram amor e estranheza pelo Tomahawk. E mesmo sendo a figura central da banda, Patton não é o único genial ali. Os demais membros da banda também imprimem suas características na sonoridade, com precisão, timbres, fritações e nuances que criam um universo quase sempre caótico e repleto das mais diversas sensações e sentimentos. Tonic Immobility é um disco de rock, na melhor definição dessa palavra. É barulhento, transgressor, ousado, fora dos padrões. Rock! Um disco denso e cheio de ruídos, peso, experimentalismos, efeitos,  humor, ódio, tensão, melodias e riffs acessíveis, alguns (raros) momentos de alívio e até um certo hard rock radiofônico. 

O general Patton, mais uma vez, é preciso ao disparar seu míssil sônico. Destruição total. Em tempos estranhos, nada melhor que um bom disco de rock para colocar tudo abaixo. 
 
Em tempo: no ano passado, Mr. Bungle (outro projeto de Mike Patton) também lançou disco. The Raging Wrath of The Easter Bunny Demo é a regravação da primeira fita demo da banda, datada de 1985. Uma obra mais voltada para o thrash metal e menos para os experimentalismos que depois caracterizaram o grupo. Vale ainda destacar a presença do baterista Dave Lombardo (ex-Slayer) e do guitarrista Scott Ian (Anthrax) no álbum. Porrada do começo (tem ali uns minutinhos mais suaves, mas logo passa) ao fim. 
 

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