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José Abrão
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José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br

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‘Saltburn’ faz uma análise visceral da relação de classes

| 24.01.24 - 09:51 ‘Saltburn’ faz uma análise visceral da relação de classes Jacob Elordi (esq.) e Barry Keoghan brilham como Felix e Oliver (Foto: divulgação)
A diretora, atriz e roteirista Emerald Fennell pegou o cinema de surpresa com o sucesso inesperado do seu longa de estreia, Bela Vingança (2020). Muito se esperava do seu segundo longa, Saltburn, que supera e amplia a qualidade e os temas do filme anterior e que também passou mais ou menos abaixo do radar.
 
É hora de remediar isso: disponível no Amazon Prime Video, o filme é estrelado pelos excelentes Jacob Elordi, Rosamund Pike e Barry Keoghan, todos mereciam indicações para o Oscar e outras premiações de Melhor Ator/Atriz. Especialmente Barry, que parece estar em uma missão desde sua atuação fantástica em O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017) e esnobada no ano passado em Os Banshees de Inisherin (2022).
 
A trama acompanha o personagem de Barry, Oliver Quick, um calouro em Oxford que se torna obcecado pelo galã e literalmente membro da nobreza britânica, Felix, vivido por Elordi. Após encontros que parecem furtuitos, os dois se tornam inseparáveis, ao ponto de Oliver ser convidado para passar as férias de verão na mansão ancestral da família, chamada Saltburn.
 
Começa então um thriller psicológico de liberação lenta em que nenhum dos personagens é confiável e que brinca com a fidelidade e as impressões da audiência. Assim como Parasita, grande vencedor do Oscar em 2020, o filme também trabalha sobre nossas emoções em relação aos ricos e poderosos: ao mesmo tempo em que temos nojo, também gostaríamos de fazer parte. Um comentário visceral sobre classe que com certeza vai chamar atenção das premiações.
 
Há também doses saudáveis de homoerotismo, com cenas dignas de Me Chame Pelo Seu Nome, mas que muitas vezes ao invés de eróticas são perturbadoras dados os contextos envolvidos. Por fim, a diretora optou por um enquadramento quadrado, estilo antigo, que é ao mesmo tempo antiquado e claustrofóbico, casando com perfeição à estética decadente do filme.
 
Se não viu, veja: é raro que um filme tão interessante chegue ao streaming tão rápido após seu lançamento.


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