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Bate-papo com Alexandre Herchcovitch

"Meu maior prazer é criar algo conceitual que poderá ser vendido em massa"

Estilista respondeu perguntas durante uma hora | 07.08.13 - 20:09 "Meu maior prazer é criar algo conceitual que poderá ser vendido em massa" Alexandre Herchcovitch participou de bate-papo no primeiro dia de GO Fashion (Foto: Letícia Coqueiro)
Yuri Lopes

Goiânia
- Durante uma hora, o estilista Alexandre Herchcovitch participou de um bate-papo promovido pelo GO Fashion, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, no primeiro dia do evento de moda. Com auditório lotado, muita gente sentada nas escadas e em pé, o estilista conhecido pelo uso das caveiras em suas peças se esquivou de algumas perguntas, foi monossilábico em outras, mas foi minimamente gentil nas respostas feitas, ora pelo mediador, Cleydson Francisco, ora pelo público.
 
O estilista, que vendeu a marca Alexandre Herchcovitch para o grupo InBrands, em 2008, falou sobre início da carreira, os desafios, os projetos de comemoração de 20 anos da marca e sobre o que acha do universo das blogueiras de moda.
 
Alexandre contou que não sofreu nenhuma rejeição da família por ter escolhido ser estilista. Para ele, a maior dificuldade no início da carreira foi encontrar o público e se encontrar como profissional. "Eu quero me mostrar da melhor maneira possível para meu público, e se fazer entendido ainda é difícil até hoje", comentou.
 
Ao ser perguntado se esperava que a marca chegaria ao patamar que é hoje, o estilista revelou que não é adepto a planejar muito. "A minha primeira consumidora foi a minha mãe. Depois um amigo quis uma calça, depois mais pessoas foram querendo mais roupas e assim chegou do jeito que está hoje. Nunca projetei nada disso que está acontecendo", explicou ele.
 
Questionado sobre os licenciamentos de produtos para outras empresas, Alexandre respondeu que só aceita liberar o uso do próprio nome em produtos e ações nas quais ele sente alguma conexão com a moda que ele produz. "Meu maior prazer hoje é criar um óculos, artesanalmente para um desfile e depois ele ser reproduzido comercialmente. Eu acho que tem espaço para fazer algo conceitual, artístico e ainda assim, industrializável", declarou.
 
Questionado sobre os planos para o futuro, o estilista foi direto na resposta. "Não faço plano para o futuro; isso é regra na minha vida. Funciono com as coisas que eu tenho que fazer agora, que são muitas coisas", disse ele.
 
Próximos projetos
Logo após dizer que não gosta de ficar planejando muito, Alexandre contou que pretende lançar um livro em 2014, um filme e possivelmente fazer uma exposição com o acervo pessoal formado por mais de 3 mil peças, do qual ele guarda desde roupas feitas em 1986 até itens atuais.
 
Marca registrada
Uma pergunta que Alexandre deve escutar em (quase) toda entrevista que concede e de dos bate-papos que participa, é a tão famosa caveira, adotada pelo estilista desde o início da marca. "Me atraio pela caveira, pelo símbolo desde criança e pra mim nunca foi um símbolo ligado à morte, mas à vida, já que o esqueleto, os ossos são as coisas que mantém o corpo de pé. Hoje em dia as pessoas aceitam muito mais do que no início", disse. Alexandre contou que no começo da marca, a caveira era utilizada apenas nas etiquetas e já encontrava rejeições de algumas pessoas.
 
Quando uma estilista da plateia quis saber a opinião de Alexandre sobre o universo das blogueiras de moda e a influência que elas exercem, o estilista se mostrou um pouco alheio. "Eu acho que o problema é saber em quem confiar. Muitas pessoas acham que entendem de moda, mas não entendem, ou não conhecem a história da moda, a história da empresa e mesmo assim falam como se tivessem propriedade", declarou.
 
Sobre os blogs e sites que visita, Alexandre disse que não tem tempo para acompanhar este universo e que os poucos minutos do dia que dedica para esta finalidade são para ver coisas indicadas por amigos.
 
Uma participante do bate-papo lembrou o primeiro desfile de Alexandre e destacou o tom ousado e polêmico do que foi mostrado na passarela e perguntou se ele ainda busca causar polêmica nos desfiles atuais. "Nunca procurei ser polêmico. Hoje a transgressão e a polêmica, dois assuntos muito recorrentes no início da minha carreira, hoje são vistos por mim como fazer roupa de festa com tecido barato ou fazer roupa do dia-a-dia com tecidos mais elaborados. Minha transgressão hoje é bem mais sutil hoje em dia", respondeu.
 
Sobre o processo criativo e as possíveis acusações de plágio, Alexandre comentou que tem preocupação sobre o assunto, mas é algo que não lhe toma muito tempo. "Se fosse pesquisar para saber tudo o que já foi feito eu seria um mero pesquisador e não estilista".
 
Alexandre é bom de desviar das perguntas e não faz questão de esconder isso. Quando o mediador quis saber quais marcas ou estilistas ele admirava, o convidado esquivou enrolou e falou sobre um monte de assuntos aleatórios. "É muito difícil fazer este tipo de julgamento e esta é a pior pergunta que você poderia me fazer. Procuro me distanciar do estilista Alexandre Herchcovitch (tô fugindo da sua pergunta). Eu uso muita roupa usada, por exemplo. Hoje mesmo, só estou usando uma peça que é da minha marca, as outras coisas são de outras marcas", escapoliu.
 
Quando perguntado se poderia revelar algum detalhe sobre a próxima coleção, que será apresentada na São Paulo Fashion Week, no final de outubro, Alexandre se recusou a adiantar um mísero pormenor. "Eu não costumo adiantar absolutamente nada sobre o que eu faço.  A graça é manter o mistério e revelá-lo no dia do desfile, e é o que eu vou fazer".
 
Uma participante perguntou se ele conhecia algo da moda goiana e a resposta veio colada na última sílaba da pergunta: "Não, nada. Desculpa. Eu deveria ter estudado para vir pra cá hoje, mas não estudei".
 
Ao fim da espécie de Altas Horas da moda, às 18 horas, Alexandre saiu do CCON e foi direto para o Aeroporto de Goiânia, já que seu voo para São Paulo estava marcado para as 18h30.
 

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