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Tatiana Potrich

Encontro com a Morte

| 14.04.24 - 10:10 Encontro com a Morte "Encontro com a Morte", bastão oleoso sobre folha de bananeira por Sophia Pinheiro para mostra "Terra Plena" (Imagem: reprodução)Não é de hoje que a genialidade está vinculada à loucura ou falta de carácter. Grandes nomes da humanidade: filósofos, escritores, cientistas, atletas, cineastas, atores, dançarinos, comerciantes e tantos 'mestres' das Artes tiveram seus nomes registrados em páginas policiais além de seus respectivos boletins de ocorrência inclusive por seus distúrbios mentais ou sexuais com direito à estadias em clínicas psiquiátricas. Ninguém consegue se equilibrar emocionalmente, durante toda uma vida, tendo surtos de criatividade e, ao mesmo tempo, sendo uma pessoa coerente.
 
Eu até que tentei ser uma rebelde sem causa, mas descobri minha mediocridade e aceitei ser uma pessoa mediana, nem acima, nem abaixo da média. É um tanto tedioso, mas é calmo, me dá uma sensação boa de paz de espírito em meio ao caos do mundo.
 
O mundo, esse, sim, esse é um tanto genioso. Ora é caos, ora é ordem, governando um sistema de fases lunares, eclipses, tormentas, tsunamis, efeito estufa, aquecimento global...
 
Mas até quando, nós, “serezumanos”, somos responsáveis por esta desordem?
 
A mídia é um termômetro desta doença humana. Ela dá holofotes ao 'vírus' da discórdia que contamina a mente mais rápido, porque assim ela gera mais conteúdo nocivo, o prolifera e elimina o senso crítico, a tão almejada saúde mental. O jogo midiático começa pela audiência. Quem está "flopando"? Com quem eu preciso conflitar para que a notícia "bombe" e sobressaia à personalidade em voga?
 
Ora, quem não sabe que as moscas são atraídas pela luz?
 
Mas digo e repito, os ditos gênios (as personalidades) também carregam consigo uma carga oposta, assim como há luz, há sombra, pois "tudo que está para cima é como o que está para baixo", como afirma a máxima hermética, ou até a própria matemática para a lógica da hipérbole: inversamente proporcional.
 
Se você é humano, erra.
 
E tá tudo bem, ou não!
 
Viver com saúde mental e física, ainda que para uma pessoa mediana como eu, é a maior das bênçãos que alguém pode ter. Por isso, danem-se os erros, os conflitos, as desavenças, as discórdias, os anonimatos, as celebridades, mas não à saúde. Ela é o bem mais precioso que ganhamos da vida.
 
Não foi um gênio que inventou a roda ou conseguiu dominar o fogo. Foi um primata comum, ou vários ao mesmo tempo.   É ao acaso e com simplicidade que ideias práticas e saudaveis acontecem. Não precisamos eleger heróis ou vilões, ou quem fez por nós ou o que fez, mas o que nós fazemos por nós mesmos!
 
Como disse o tio do pai de meus filhos, quando já com seus 80 anos, sua filha o levou a uma consulta médica e o doutor lhe perguntou o que o paciente sentia. O tio que era um estudioso da Filosofia, ironicamente respondeu: "Não sinto nada de mais, doutor. É que minha filha quer que eu morra com saúde".
 
É isso!
 
Eu também quero morrer com saúde.
 
(...)
"Eu invoco o poder do futuro transformando as forças decadentes da percepção
O desapego me rege e orquestra
A morte dos meus antigos eus é tão bem-vinda quanto a morte dos padrões que me prendem a narrativas alheias
Eu evoco minha própria história
Renascer em sintonia com minha configuração celestial"
Prece Xamânica por Lari Mendes para catálogo "Terra Plena"
 
*Tatiana Potrich é designer de joias e curadora de eventos culturais


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